segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nossos Heróis de Verdade

Maranhão, nosso berço de heróis, nesta triste semana, tirana, que de luto, vemos a vitória da fraude e a glória do infame, ergo meus olhos para o céu, para adiante e o que vejo é o melhor, sim, o melhor! Pois temos ao nosso lado, tudo que os que são os verdadeiros inimigos desta pátria mãe gentil, Maranhão, não têm.
Somos nós os heróis!
Ainda que o resultado das urnas em 03 de outubro, desfavorável ao povo, a verdade sempre estará com os que a tem, e não com os que a escravizam.
Sim, escravizar a verdade, é disso que estou falando. Subordinar a realidade que se vê a um sistema de mentiras, mantendo a nossa gente em ignorância e desinformação, comprando votos ou mesmo uma eleição, saindo vitoriosos de uma disputa injusta não se compra ainda a verdade!
Não se compra a consciência de um povo, apenas o seu voto! Muitos talvez tenham sido comprados, não sei, não vi, mas vi muitas eleições, vi o suficiente para saber como as ruas reagem, como a população se vê e como o espírito da coletividade se manifesta.
Segunda-feira, 04 de outubro. nossa cidade amanheceu mais triste do que eu me lembro de tê-la visto em muitos anos, por mais incrível que possa parecer. Nuvens cobriram a cidade após meses de um sol torrencial que nos cozinhava até o pensamento. Nada se via de memoráveis “dias seguintes” pelos quais passamos após pleitos em que o destino da nação, do estado e de seus municípios era decidido.
Algumas poucas carretas ou seja lá como chamam aquele desfile de caminhonetes do ano, seus “campeões” acenando a um povo apático, frio. Essa não é a reação de um povo que escolheu o melhor, e sim a de um povo cansado e resignado.
Mas, esta resignação não pode durar para sempre. Não é da natureza deste povo de Beckman, deste povo de luta esta apatia.
Enquanto houver uma trincheira de luta (Jornal Pequeno, o grande Bogéa e seus legítimos e fiéis seguidores) para se combater o bom combate, a verdade não estará perdida de vez. Enquanto um só par de mãos empunhar uma bandeira em nome da liberdade, do desenvolvimento sustentável e da justiça social, o mundo ainda pode ter esperanças, pode crer que um mundo melhor virá.
Confio em nossos heróis e em um novo Maranhão. Confio que nossos verdadeiros campeões não nos deixarão; embora alguns tombem, sucumbam ao peso do fardo. É de se esperar que no decorrer de décadas e décadas, em prol da luta, tenham que deixar o campo de batalha e entrar no campo das idéias. É perfeitamente compreensível e necessário.
Entretanto, eu sei que nosso seleiro é bem maior do que eles pensam, e nosso solo é bem mais fértil de mentes do que se pode imaginar.
Enquanto houver um Marcos Silva que diga as verdades que doem, mas que são necessárias, haverá motivo pra crer no melhor.
Enquanto houver um Jackson Lago que abra mão de sua vida pela vida de um povo, haverá motivos para lutarmos todos juntos.
Enquanto houver um Flávio Dino que inspire nossa juventude e nos faça acreditar que o novo sempre vem, vestiremos vermelho, cantaremos um hino e sairemos às ruas.
Assim são estes homens Kamikazes, Mujahedins, Partizans, Cruzados, em nossa própria guerra santa, travada no campo das idéias, no campo das palavras, na eterna luta da verdade contra a mentira. Se doando, se entregando à uma causa, à nossas causas, à nossas coisas.

Enquanto houver Othelinos, pai, filho ou neto nunca lutaremos sozinhos sem um legítimo campeão. Enquanto houver um Novo, Um Nova, sendo gerado no ventre desta terra haverá esperança, de outro 04 de outubro, com o povo em festa a cantar:
...“ Apesar de você, amanhã a de ser um outro dia”...

O DIA EM QUE A TERRA PAROU
04 de Outubro passado não foi só um dia triste para o Estado, com a greve dos bancos e o descrédito geral da população no governo eleito para o Estado. As ruas desertas lembravam muito a antiga música do Raul, sobretudo a parte que diz “e nas Igrejas nem um sino a badalar, pois sabiam que os fiéis, também não estavam lá” E quem ainda tem fé no governo à esta altura?

A NOVA ASSEMBLÉIA
Como é de costume, a renovação da Assembléia Legislativa foi motivo de muitos comentários após a apuração das urnas. Renovação? Entre os cotados para assumir a presidência da casa, estão dois ex-presidentes e um monte de nomes batidos e revirados.

OTHELINO FILHO
O Jornalista Othelino Filho, que dá nome e assina esta coluna, estará ausente por algumas semanas para uma pequena cirurgia e uns merecidos dias de descanso com a família na sua querida Meruoca, próxima à sua não menos amada Sobral, “Princesa do Norte” do Ceará.
(*) Fabiano Soares (redator interino).
(**) A Coluna está disponível no BLOG DO OTHELINO: www.blogdoothelino.blogspot.com

E o Maranhão nesta História?

Manter a fé e a esperança em um futuro para as gerações seguintes, em nosso Estado, tem exigido mais do que um mero exercício de espiritualização ou de determinação. Significa realmente um grande esforço. Mas, crédulo como somos, forte como nos forjamos e confiantes como nos formamos, sabemos que nada de irrecuperável foi perdido neste recente pleito. É bem verdade que muito há que ser feito, e com urgência.
As publicadas, e não poucas, denúncias de mau uso do erário, da “Maquina do Estado” serão avaliadas pelo judiciário, Esperar do judiciário o fiel e imparcial cumprimento de suas atribuições constitucionais já é um caso à parte em nossos dias. E de fato essas decisões vêm dando frio em nossas barrigas em anos e episódios recentes.
Nossos paladinos utilizaram todas as tribunas, palanques, púlpitos e microfones disponíveis para que a desmesurada exploração dos apetrechos do Estado se tornasse de conhecimento público e fossem encaminhados aos órgãos competentes de controle de tais desmandos. Basta lembrar, entre outras, as denúncias do eternamente valente Aderson Lago sobre a utilização do Campus da UEMA; além de contas de água e energia a serem pagas por comitês políticos, notas de combustível distribuídas em carreatas e outras ações inerentes à este “modus operandi” da antiga e antiquada política maranhense, contra a qual lutamos. Tudo isso será avaliado pela justiça, e, esperamos nós, de acordo com a lei e atendendo ao interesse público.
Mas é a partir destes fatos que me pergunto como cidadão: E o Maranhão nesta história? Aflora-me à memória a antiga música de Luís Gonzaga, e imagino que vamos terminar o ano perguntando a mesma coisa: “setembro passou, outubro e novembro, já ‘tamo’ em dezembro, meu Deus que é de nós?”.
Enquanto os demais Estados da Federação evoluem em seus processos democráticos e na renovação política de seus cenários, nós ainda continuamos presos a grilhões invisíveis; atrelados em um complexo, mas não frágil sistema de poder, Os ricos Estados de São Paulo e Minas Gerais, ou mesmo os mais empobrecidos (iguais ao nosso, embora potencialmente o Maranhão seja tão rico) como o Rio Grande do Norte e Alagoas (que relegou o Ex Presidente da República Fernando Collor a um humilhante terceiro lugar), nós, aqui, ainda mantivemos, por algum tempo, mais cruel, nocivo e longo mandonismo da história brasileira. E não se diga que prevaleceu a democracia, quando são notórias as práticas oligárquicas.
Uma pirâmide bem estabelecida com um homem que se vê como um semideus em seu topo. Um polvo, como descreveu meu mestre Othelino, que estende seus tentáculos em tudo, e a tudo tenta abarcar.
No setor privado, no comércio, no mercado imobiliário, nas grandes empresas; já nas comunicações pode até mesmo bater no peito e dizer “sou o dono do Mar-anhão”. Salvem-se e ressalvem-se as nobres lutas de “Jornais Pequenos”, de “Grandes Jornalista”, o que se vê, por exemplo, é um imenso hiato entre a vida real do bairro da Ilhinha e seus ricos vizinhos do sistema mentira.
Na vida pública e nos cargos públicos, a fome deste monstro é mais voraz do que se possa descrever. Avança sem a menor cerimônia sobre o legislativo e nenhum pudor sobre o judiciário. Mas onde de fato quer chegar é no executivo; é para onde estão voltados seus olhos: Os orçamentos!
Precisamos recolocar nossa gente à frente de seu tempo, no justo lugar que nos reservou o destino, de Atenas Brasileira, de Seleiro-Mor, de Farol da Liberdade.

O MARANHÃO E A VERDADE
Porém, mais importante, neste momento que o resultado das urnas, não gerado no seio de um povo, mas nas ilhas de seus próprios inimigos, mais importante ainda que a repetida pergunta: E o Maranhão nesta história? É a certa e firme resposta dada pelo tempo dá aos que dele desdenham.
A vitória pertence aos que andam com a verdade e nela baseiam seus atos!

E O MARANHÃO NESTA HISTÓRIA?
E é por tudo isso, descrito neste artigo, que chegamos a este ponto de nos perguntar: E o Maranhão nesta história? Vivemos na vazante desta enchente. As denúncias acima citadas são uma prova disto, em um Estado Democrático e Republicano de Direito, isso chega a ser ultrajante. Viveremos, assim, eternamente relegados à subordinação a um pequeno grupo dominante? Não creio!

A MÚTUA INDIFERENÇA ENTRE UM POVO E SEU GOVERNO
Que a governadora (em seu mandato semi-biônico) se reeleja insultando a independência dos estudantes da Universidade Estadual do Maranhão, e a dignidade desta Instituição, já é por si só uma prova da indiferença deste governo por seu povo. Mas, aceitar que isto não seja levado a justa apuração nas justas instâncias me causa ainda pior mal-estar, por ser a prova da indiferença do povo pelo seu governo.

(*) Fabiano Soares (redator interino).
(**) A Coluna está disponível no BLOG DO OTHELINO: www.blogdoothelino.blogspot.com e no Blog Crônicas do Fabiano Soares www.saoluis-maranhao.blogspot.com